segunda-feira, abril 29, 2019

A Noite dos Tempos

René Barjavel (1911-1985) é um autor pouco conhecido entre nós, embora seja considerado um nome-chave da ficção científica não só em seu país de origem, a França, mas em toda a Europa continental, onde esse gênero nunca chegou a ter a mesma força que nos países de língua inglesa. Foi provavelmente o primeiro a formular o célebre "problema do avô", que ilustra bem o paradoxo envolvido na teoria das viagens no tempo: se um homem viajar para o passado e matar o próprio avô (ou outro ancestral) antes que ele gere uma descendência, esse homem nunca existirá – mas então, quem foi que matou o tal avô? A questão aparece no livro Le Voyageur Imprudent ('O Viajante Imprudente', de 1944). Algumas das obras de Barjavel foram publicadas no Brasil durante os anos 70 pela editora Artenova, e foi por meio de uma dessas edições que, já no início dos 90, eu travei conhecimento com A Noite dos Tempos, isso na biblioteca do SESI, a mesma à qual já prestei tributo aqui antes. O exemplar que tenho hoje, e no qual acabo de reler a história, foi adquirido numa daquelas caixas de saldos, na última ou penúltima Feira do Livro de Porto Alegre a que compareci, e é da edição do Círculo do Livro (que, curiosamente, não datava suas publicações), aproveitando a mesma tradução, com algumas adaptações. A capa que aqui reproduzo é a dessa edição.

Embora parte de seus primeiros anos tenham coincidido com a Primeira Guerra Mundial, parece que a infância de Barjavel foi relativamente tranquila, vivida em sua cidade natal, a pequena Nyons, perto de Marselha. Era filho de um padeiro, e sua admiração pela maestria do pai em seu ofício o influenciaria para sempre: em diferentes trechos de suas obras, o escritor demonstra a convicção de que mesmo as profissões mais humildes são motivo de orgulho, se exercidas com dedicação e excelência. Apesar disso, nunca quis seguir os passos do pai: leitor voraz que era, desde muito cedo almejou fazer carreira no jornalismo e na literatura, como de fato aconteceria. Durante o início da Segunda Guerra Mundial, serviu como despenseiro do exército, sendo desmobilizado em 1942. Publicou seus primeiros trabalhos durante os anos seguintes, enquanto a França ainda estava ocupada pelos alemães; depois do fim da guerra, chegou a ser apontado como colaboracionista, por ter tido textos publicados num jornal pró-nazista que tinha o sugestivo e vagamente ameaçador nome de Je Suis Partout (literalmente, 'Eu Estou em Toda Parte'), mas acabou inocentado, e vamos concordar que o escritor não tinha muita opção, se é que tinha alguma: durante aquele período, era muito difícil publicar o que quer que fosse na França sem passar pelo crivo dos nazistas. Durante os 40 anos seguintes, Barjavel publicou 16 romances, além de contos, crônicas e ensaios, tudo paralelamente a sua atividade como jornalista. Também teve envolvimento com o cinema, tendo sido amigo do famoso diretor André Cayatte, cujo filme Les Chemins de Katmandou ('Os Caminhos de Katmandu', de 1969) teve por base o romance homônimo de Barjavel. Aliás, A Noite dos Tempos, publicado originalmente em 1968, é dedicado a Cayatte, e lembro que, na edição que li primeiro, o texto da orelha referia, de passagem, que, ao tempo em que saiu essa edição (1975), o escritor e o diretor estavam trabalhando juntos em sua adaptação para o cinema. Pelo visto, o projeto não foi para a frente: não há nenhum filme que pareça corresponder ao livro, seja na filmografia de Cayatte ou no extenso rol dos trabalhos de Barjavel para o cinema.

A Noite dos Tempos tem um enredo fascinante, que evoca mistérios de um passado desconhecido, perdido para a memória humana há centenas de milhares de anos, que, inopinadamente, vem à tona. Tudo começa quando a base francesa de pesquisa científica na Antártida recebe um novo tipo de sonda destinada a fazer levantamentos do relevo subglacial, ou seja, descobrir como é o solo do continente antártico, sepultado há milênios debaixo de centenas de metros de gelo e neve. O novo aparelho, bem mais sensível que seus congêneres tradicionais, detecta algo de inacreditável: sob quase mil metros de gelo, ele encontra estruturas que não podem ser naturais, pois possuem formas regulares, geométricas. São colunas, escadas, cúpulas, em sua maioria quebradas e desmoronadas, mas ainda reconhecíveis. Numa palavra, ruínas. Ruínas de construções que só podem ser obra de homens (ou de algum tipo de criatura inteligente e habilidosa), mas que, pela profundidade onde se encontram, devem datar de pelo menos 900 mil anos, época em que, por tudo o que se sabe, o hominídeo mais sofisticado existente era o Homo erectus, cuja tecnologia não ia além de algumas ferramentas e armas simples de pedra, osso e madeira. A sonda descobre também outra coisa: um sinal de rádio cuja origem parece estar em algum lugar em meio às tais ruínas.

A descoberta, que revoluciona tudo o que se sabia sobre o passado da espécie humana e do próprio planeta, causa o alvoroço que seria de se esperar. A França, sozinha, não dispõe dos recursos e da tecnologia que serão necessários para uma escavação desse porte e a exploração do que quer que venha a ser encontrado, então a UNESCO (Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura) convoca uma Expedição Polar Internacional (EPI) reunindo, além dos franceses, delegações dos Estados Unidos, União Soviética, Japão e demais potências, de modo que o empreendimento passa a contar com a última palavra em equipamento, maquinário e pessoal especializado, oriundos de todas as partes do mundo.

(Uma pessoa fica pensativa e um tanto melancólica ao dar-se conta de que, no tempo em que Barjavel escrevia, a UNESCO ainda devia ser de fato uma instituição que trabalhava seriamente pela ciência e pela cultura, em vez de pôr-se a serviço de estranhos projetos de engenharia social idealizados por grandes fundações internacionais, sabe-se lá com que objetivos tenebrosos.)

Conforme as escavações progridem, o que vai sendo encontrado (construções, artefatos, máquinas) é de uma estranheza quase alienígena. A civilização que criou tais coisas era, indubitavelmente, humana, mas não parece ter vínculo algum com nada que a História ou a arqueologia conheçam. Aquele povo antigo parece ter alcançado conquistas tecnológicas com as quais a civilização contemporânea apenas sonha, ou nem isso. Seguindo o sinal de rádio, os exploradores da EPI descobrem uma gigantesca esfera feita de ouro maciço, que parece ser uma espécie de cápsula e apresenta um novo desafio, pois, embora o metal amarelo nunca tenha sido notório por sua resistência, aquele parece quase indestrutível. Quando finalmente conseguem abrir a esfera (usando uma nova e revolucionária ferramenta que utiliza laser e plasma ao mesmo tempo), o que encontram supera a imaginação mais extravagante: um homem e uma mulher, congelados em hélio sólido à temperatura do zero absoluto (273 graus centígrados negativos, a temperatura mais baixa possível segundo as leis da física, e que a tecnologia moderna nunca conseguiu atingir). E, por tudo o que se sabe, podem estar vivos e talvez seja possível reanimá-los.

Tanto na época em que A Noite dos Tempos foi escrito quanto hoje, o congelamento de um ser humano vivo e sua posterior reanimação eram, e são, meras possibilidades teóricas; nada do tipo jamais foi efetivamente feito. Sendo assim, os médicos responsáveis pelo ousado procedimento decidem começar pela mulher, porque ela parece estar em perfeitas condições de saúde, enquanto o homem apresenta diversas lesões semelhantes a escoriações e queimaduras; logo, a mulher, provavelmente, suportará melhor o processo. Mais tarde, com a experiência ganha na primeira reanimação, eles esperam poder acordar o homem com maior segurança.

E a mulher desperta. A primeira e óbvia coisa a impressionar a todos é sua beleza, uma beleza na qual existe mais que a simples perfeição de formas: há nela algum tipo de viço indefinível que parece remeter ao fato de ela ser uma reminiscência de um tempo em que a própria espécie humana era jovem, o que traz aos seres humanos de hoje a compreensão do quanto a humanidade atual está velha e cansada. Quando ela fala, é numa língua que não tem qualquer semelhança, por longínqua que seja, com nenhuma outra, viva ou extinta, que se conheça. Isso, é claro, não é surpresa, dadas as circunstâncias, mas acaba por causar um grave e imprevisto problema: a mulher vinda do passado não consegue alimentar-se de nada do que lhe é oferecido, seu organismo não parece capaz de processar nutriente algum, e, por causa do abismo linguístico, é impossível perguntar a ela o que se pode fazer a respeito. Para tentar salvá-la antes que morra de inanição, a EPI pede ajuda a todas as empresas, universidades e governos que possuem grandes computadores (lembrem-se, isso foi escrito nos anos 60, quando computadores eram coisas enormes, intimidadoras e de custo proibitivo, de cuja existência as pessoas comuns tinham, no máximo, uma vaga noção) para decifrar a língua do passado. O esforço é bem-sucedido, o que, além de salvar a vida de Elea (pois é assim que a mulher se apresenta), permite, daí em diante, que ela se comunique. Depois de se recuperar, pelo menos tanto quanto possível, do choque terrível de descobrir durante quanto tempo dormiu, e de dar-se conta de que não sobrou absolutamente nada do mundo que conhecia, ela, por fim, consegue contar sua história e tentar satisfazer a enorme curiosidade que sua civilização agora desaparecida desperta entre os que a resgataram.

A Noite dos Tempos é narrado, mais ou menos, sob o ponto de vista de Simon (não é "Sáimon", é Simon mesmo: o personagem é francês como o autor), um jovem médico que fazia parte da equipe original da base francesa e estava com o grupo que fez a descoberta. Quando digo mais ou menos, é porque a maior parte do livro não é na primeira pessoa, apenas alguns trechos o são; esses trechos, impressos em itálico, são intercalados entre as partes narrativas, como se fossem comentários a elas, e parecem ter sido escritos, ou talvez apenas pensados, por Simon depois que a aventura já teve seu desfecho, como se o que lemos fosse ele recordando como tudo aconteceu. À parte o natural fascínio que aquela descoberta desperta em todos, o médico toma-se de um interesse muito pessoal e particular por Elea – um interesse que, como até mesmo o leitor menos perspicaz não teria dificuldade em prever, rapidamente se converte em paixão. Elea, mesmo sem nenhuma intenção, perturba a todos os homens, por causa da combinação intoxicante de beleza e mistério, mas a preocupação constante de Simon com seu bem-estar ultrapassa em muito o mero zelo do médico para com a paciente, e não esconde seus verdadeiros sentimentos.


Entre muitas outras coisas, Elea revela a identidade do homem na esfera de ouro: ele é Coban, o mais renomado cientista da poderosa nação de Gondawa – nome claramente inspirado em Gondwana, o supercontinente que reunia as atuais massas de terra do hemisfério sul, inclusive a Antártida, centenas de milhões de anos atrás; em todo caso, como o tempo de Elea e Coban foi há "apenas" 900 mil anos, os continentes já tinham uma configuração semelhante, em linhas gerais, à de hoje, e, pela descrição feita por Elea, Gondawa ocupava somente a Antártida, que, na época, estava em outra latitude e tinha um clima de temperado a tropical. E Gondawa era uma das duas grandes potências de então, sendo a outra Enisorai, que ocupava as atuais Américas do Norte e do Sul.

Embora os gondas tivessem alcançado progressos notáveis nos campos científico e social, e sua população desfrutasse de uma vida confortável, seria um grande erro pensar que aquele era um mundo paradisíaco. Algum tempo antes do nascimento de Elea (não é dito ao certo quanto tempo), as duas potências travaram uma série de guerras de grandes proporções, nas quais usaram armas terríveis criadas pela mesma tecnologia que tornara possível a tal vida confortável. Como resultado, a superfície de Gondawa tinha-se tornado inabitável, e, por isso, seu povo vivia em cidades subterrâneas.

O drama pessoal da heroína vem agora: ela havia atingido sua plenitude adulta e levava uma vida feliz com seu companheiro, Paikan, quando uma nova guerra sobreveio – a pior de todas. Coban, sabendo que a destruição que estava por vir seria numa escala nunca vista, podendo acarretar até mesmo o fim de sua civilização, pensou num meio de evitar que a ruína fosse completa. Projetou e fez construir um abrigo subterrâneo – a esfera de ouro – onde ele próprio, que, como bem sabia, era o mais importante cérebro de seu tempo, ficaria em animação suspensa, protegido da radiação e dos demais efeitos danosos da guerra, pelo tempo que fosse necessário. Quando as condições no exterior o permitissem, sairia e, com seu conhecimento, trabalharia para reconstruir o mundo. Algumas das maravilhosas máquinas criadas pela ciência gonda, capazes de funcionar pela eternidade afora sem precisar de manutenção ou reparo, conservariam as condições controladas dentro do abrigo e monitorariam as coisas do lado de fora, prontas para reanimar o cientista quando concluíssem que a sobrevivência já era possível… O que, de acordo com as previsões mais cautelosas de Coban, poderia demorar desde alguns anos até um século ou dois. O que nem mesmo ele poderia prever era que os efeitos das armas seriam tão tremendos, que tirariam o próprio planeta do prumo, alterando seu eixo e deslocando os pólos, o que mergulhou Gondawa num inverno eterno. As pobres máquinas, fiéis às instruções recebidas, só podiam concluir que as condições na superfície continuavam inóspitas… E assim continuaram durante 900 mil anos.

Porém, eu ia falar sobre o drama de Elea; tudo está interligado. Para sua missão de reconstruir a civilização, Coban precisaria de uma companheira, uma mulher que sobressaísse pela inteligência, capacidade, e também por uma genética privilegiada, traduzida nos quesitos saúde e beleza, pois não se podia excluir a possibilidade de que os dois tivessem que repovoar Gondawa sozinhos. Dentre milhões de mulheres em todo o continente, a escolha recaiu em Elea, que foi chamada a abandonar Paikan, a quem amava de uma forma que as línguas modernas não possuem palavras capazes de expressar, para cumprir seu "dever patriótico". Acho que já cheguei até onde podia sem prejudicar a experiência de quem for ler o livro (na verdade, meu objetivo foi atiçar a vontade de fazê-lo!), mas saibam, por último, que Elea não atendeu pacificamente a esse chamado, e que, desse momento em diante, é impossível não ficarmos penalizados com a avalanche de desventuras que se abatem uma após outra sobre a pobre moça. No final, uma reviravolta para ninguém botar defeito espera pelo fascinado leitor.

O que mais posso dizer sobre este livro extraordinário? Barjavel não acreditava na teoria da evolução; tal fato, apenas sinalizado em A Noite dos Tempos, é declarado com todas as letras no ensaio A Fome do Tigre (1966), que não é só sobre esse assunto: trata-se de um apanhado das reflexões do autor a  respeito de diversas grandes questões que, levantadas na adolescência, ainda o inquietavam aos 55 anos, questões sobre a vida, a morte, o destino, Deus e assim por diante. Muitas dessas reflexões são intrigantes e dão o que pensar, mas, no trecho em que o autor tenta expor as razões de sua descrença em relação aos postulados de Darwin, dá para perceber, pelos argumentos usados, que, como noventa e nove por cento dos que dizem não acreditar na teoria da evolução, ele nunca chegou a entendê-la, embora provavelmente pensasse que sim. A Noite dos Tempos, portanto, é um exercício de imaginação no qual o autor explora uma possível versão não-darwiniana para a origem da espécie humana – ou, pensando melhor, não é assim, pois tudo o que o romance nos mostra é o mundo de 900 mil anos atrás já ocupado por civilizações avançadas e poderosas, sem se aprofundar em explicar como elas surgiram ou como foi a gênese dos homens que as criaram. O importante é notar que, na visão de Barjavel, não é plausível que o homem tenha gradualmente emergido da animalidade: ele já teria surgido (como quer que isso tenha acontecido) plenamente inteligente, autoconsciente, capaz e belo.

Mesmo assim, o autor não se alinha com a visão que encontramos na maioria dos mitos de criação contados pelos mais diferentes povos, nos quais, quase sempre, o mundo, ao ser criado, era perfeito, livre do mal e da morte, mas decaiu, fosse gradualmente ou de uma só vez, por culpa do homem ou de algum outro ser autoconsciente. O mundo antigo de Barjavel até corresponde a alguns sonhos do homem moderno, mas não é perfeito de forma alguma: nele já existiam ganância, violência e ambição pelo poder, o que acabou causando seu colapso. O conflito entre Gondawa e Enisorai, que, pelo que nos é contado, alternava períodos de guerra declarada com outros de paz tensa, é um paralelo da situação do nosso próprio mundo na época em que o livro foi escrito, em plena Guerra Fria, e do desastre de proporções globais no qual ela poderia facilmente desembocar. E, já que falamos sobre poder e ganância, não deixem que o estilo poético e sonhador que a escrita de Barjavel não raro assume os engane: ele era também um experiente jornalista, e não era nada ingênuo. Sendo assim, não poderia deixar de abordar no livro um aspecto da realidade que fatalmente estaria presente, caso uma descoberta do porte da que ele imaginou realmente acontecesse: a cobiça que os valiosíssimos conhecimentos guardados no cérebro de Coban despertariam no mundo moderno. Assim, A Noite dos Tempos tem também o seu quantum satis de maquinações e intrigas.

Entre várias outras coisas, A Noite dos Tempos é uma história sobre amor, reunindo as características de um bom romance de ficção científica com uma parábola poética e bela sobre a convicção de que o amor, quando verdadeiro, resiste ao tempo, assim como a tudo o mais. E por ser, no fim das contas, sobre o amor entre um homem e uma mulher, bem… Barjavel era francês, lembram? Tem partes eróticas, sim – nada que vá sequer ruborizar um leitor do século XXI, mas esses trechos bem que mexeram com os hormônios do adolescente que eu era no distante 1990, época em que não havia esse negócio de qualquer criança poder ver todo tipo de cena de sexo imaginável ou inimaginável, tendo apenas que digitar duas ou três palavras num mecanismo de busca. E, a meu ver, era melhor assim: o sexo era muito mais excitante quando vinha envolto num certo mistério.

Foi especial ter um novo encontro com este livro tanto tempo depois de nosso primeiro contato, e, por mais que eu tenha mudado nesse intervalo, o efeito dele sobre mim permaneceu quase o mesmo, o que é uma proeza e tanto para qualquer livro: tenho certeza de que muitos de vocês, como eu, já passaram pela experiência de reler na idade adulta alguma obra que marcou sua infância ou adolescência e achar difícil compreender o que nela pareceu tão extraordinário naquela primeira leitura. Não foi o caso aqui. A Noite dos Tempos me fascinou quando eu tinha 15 anos e continua a fascinar agora. Bem que mereceria uma nova edição, mas, como isso é muito pouco provável, recomendo que, se tiverem a escolha, leiam a versão da Artenova, pois esta do Círculo do Livro, como observei no início, teve o texto revisado, e algumas das "mexidas" feitas não foram felizes. Porém, em se tratando de um livro que só existe em edições tão antigas, já vai ser muita sorte conseguir um exemplar, de qualquer edição que seja. Então, leiam do jeito que puderem, e conheçam a capacidade que René Barjavel tinha de tornar impossível ao leitor largar o livro depois de ter começado a lê-lo.